[Resenha] Assassinato no expresso do Oriente - Agatha Christie
Sinopse: Nada
menos que um telegrama aguarda Hercule Poirot na recepção do hotel em que se
hospedaria, na Turquia, requisitando seu retorno imediato a Londres. O detetive
belga, então, embarca às pressas no Expresso do Oriente, inesperadamente lotado
para aquela época do ano.
O trem
expresso, porém, é detido a meio caminho da Iugoslávia por uma forte nevasca, e
um passageiro com muitos inimigos é brutalmente assassinado durante a madrugada.
Caberá a Poirot descobrir quem entre os passageiros teria sido capaz de tamanha
atrocidade, antes que o criminoso volte a atacar ou escape de suas mãos.
Opinião: “Assassinato
no Expresso do Oriente”
Nesta
resenha, falarei sobre “Assassinato no Expresso no Oriente”, uma das mais
famosas obras de Agatha Christie. Em seus 85 anos de vida, a autora britânica é
bastante lembrada na televisão de seu país e na ficção científica. Sua
importância para os romances policiais foi tamanha que hoje ela é considerada a
rainha do crime. Tendo vendido mais de 4 bilhões de livros, seu sucesso em
vendas só perde para o de William Shakespeare. E, infelizmente, eu ainda não
desbravei a maioria das suas obras.
O início do
enredo dessa obra tem início com a chegada de Hercule Poirot, o seu
protagonista, ao Expresso do Oriente. Suas motivações? A de chegar em Istambul
na tarde do dia seguinte.
Conhecemos
essas motivações enquanto Poirot conversa com o tenente Dubosc. Após apresenta-las,
Agatha Christie torna a apresentar mais personagens que possuem relação direta
ou indireta com o crime a ser investigado nesta obra, o qual revelarei
posteriormente.
Acontecimentos
fazem com que Poirot perca os seus companheiros de viagem de vista. Ele vai ao
hotel Tokatlian e aluga um apartamento. Em Istambul, Poirot encontra novamente
o tenente Bouc e eles empreendem uma nova viagem no Orient Express, a qual
duraria 3 dias.
No dia
seguinte, Hercule Poirot está em um carro restaurante e temos a oportunidade de
conhecer melhor as pessoas envolvidas no crime. Aconselho que se leia essas
partes com bastante atenção, pois elas são bem fundamentais para a investigação
do crime. Chegando a Belgrado, destino ao qual Poirot desejava chegar, ele lá
dormiu.
Ainda no
trem, devo avisar. E foi nessa ocasião que o crime investigado ao longo do enredo
ocorreu.
Dividido em
três partes, tudo o que falei nos últimos parágrafos foi sobre a primeira. Pois
bem... Nela, pude constatar o interesse da autora em apresentar o crime e as
pessoas em suas circunstâncias imersas. Ela o fez por meio de uma linguagem bem
simples, mas que requereu anotações de minha parte.
Por quê? Um
dos motivos está no fato de que Agatha Christie conta a história por meio de
uma linguagem bem direta. Isso é bom? É sim, mas a sua economia nas descrições
faz com que haja uma maior dificuldade em lembrar dos personagens com um
simples correr dos olhos.
Outro
motivo está no fato de que, após a ocorrência do crime, Poirot fez extensas
pesquisas que envolviam todas as pessoas ali presentes. E ter aquelas anotações
à disposição facilitaria, e muito, a sua compreensão. A concisão da linguagem
da autora na obra é um ponto sobre o qual eu voltarei a falar posteriormente.
Após a
ocorrência do crime, Poirot começa a levantar suspeitas a respeito de sua
autoria. Houve, inclusive, dúvidas sobre o incidente ser ou não um homicídio.
No próprio trem, o protagonista dá início a uma breve investigação sobre as
pessoas próximas a Samuel Edward Ratchet, nome da vítima do crime.
Em seu
corpo, havia um registro de 12 facadas. Também havia drogas em seu arredor. Na
companhia de um médico, Poirot avalia melhor a situação para dar início à
investigação. Há importantes detalhes a respeito no capítulo 7 da primeira
parte, e eu aconselho uma leitura atenta do capítulo.
Para
completar, temos o conhecimento de outro crime: o rapto de Daisy Armstrong.
Filha de um coronel, o sequestro ocorreu quando ela tinha apenas 13 anos de
idade. Que relação a ocorrência desse crime possui com o a ser investigado ao
longo do enredo? Continuem lendo...
Publicado
em 1934, o livro aqui resenhado foi escrito durante o período denominado de
Entreguerras. Ele se estende do término da Primeira Guerra Mundial ao princípio
da segunda, sendo situado entre 1919 e 1939. Muitas coisas relevantes ocorreram
nesse intervalo.
Nos dias
que correm, a Europa é um dos principais destinos migratórios do planeta. E, infelizmente,
a xenofobia ainda é um traço bem marcante no continente. No período
Entreguerras, esse problema era bem visível.
Finda a
primeira guerra mundial, as sementes do Totalitarismo estavam plantadas. Na
Itália, ocorreu o surgimento do Fascismo ainda durante a Primeira Guerra Mundial.
No país, Benito Mussolini foi o seu principal representante. O movimento que posteriormente
se espalhou pela Europa possuía como característica mais marcante um estado
autoritário, o que construía um cenário bem propício para a intolerância.
Na
Alemanha, também durante a Primeira Guerra Mundial, o ideário que daria origem
ao Nazismo estava se desenhando. Findo aquele evento, a Alemanha sofreu grandes
prejuízos com a guerra. Para tentar resolve-los seus governantes adotaram
medidas econômicas malsucedidas e, para completar, a tragédia ocorrida à bolsa
de valores dos Estados Unidos resultou em uma grande devastação na economia
alemã.
A grande
consequência disso foi a ascensão do nazismo ao poder com Adolf Hittler. No
governo, ele implementou uma administração cujo autoritarismo em tudo lembrava o
Fascismo. Aquele período foi marcado por um antissemitismo e por um racismo
radicais.
O que esses
governos possuíam em comum? Um Nacionalismo exacerbado. No caso alemão, ele
teve origem com a unificação do país em 1871 conduzida por Otto von Bismarck.
Enquanto governou, Hitler encontrava uma Alemanha frágil e desunida, e
aproveitou a situação para fomentar sentimentos nacionalistas e a crença na
superioridade étnica para justificar o expansionismo territorial.
Em
paralelo, o Nacionalismo também mostrava uma grande influência na Europa.
Durante o século XIX, em meio à derrocada das monarquias absolutistas, ocorreu
uma busca ideológica pela formação de uma identidade nacional em países
recém-formados. Nesse contexto, diversos escritores do Romantismo resgataram personagens e lendas medievais para a construção daquela identidade.
A
influência do Nazismo e do Fascismo não se restringiu aos territórios alemão
e italiano. A título de exemplificação, o Fascismo deu origem ao Salazarismo em
Portugal e ao Franquismo na Espanha. Essa influência não se restringiu à
Europa, podendo ser encontrado no Integralismo que se desenvolveu no Brasil na
década de 1930.
A
disseminação desses ideários pela Europa resultou em uma grande xenofobia no
continente. Que problemas há nisso? A Europa possui uma diversidade cultural
enorme. Tanto é assim que ainda nos dias que correm a crença na possibilidade
de existência de uma Europa unida é bastante remota.
Uma união
econômica no continente o traria grandes benefícios. E foi isso o que vimos na
União Europeia, que teve o seu princípio na década de 1950. Dentre os
benefícios, podemos citar a livre circulação de comércio e de pessoas. A
existência de benefícios nessa união é algo hoje discutido, com o Reino Unido
tendo abandonado o bloco anos atrás.
Mas a diversidade
cultural da Europa e a ausência de medidas eficazes para promover o respeito às
diferenças culturais representa um grande problema para o continente. Imaginem
isso no período Entreguerras no qual “Assinato no Expresso do Oriente” foi
escrito, com a disseminação de ideias totalitárias e xenófobas. A posse dessas
informações nos permite julgar compreensível uma possível presença de algum teor de
xenofobia ao longo da obra.
Na segunda
parte da história, Agatha Christie traz os testemunhos das pessoas presentes.
Foi aqui que Poirot deu início a uma pesquisa mais pormenorizada para a
resolução do caso. E foi daqui que também vieram várias pistas falsas.
Sendo
considerada uma das pessoas mais importantes do gênero, a autora foi pioneira
em trazer histórias investigativas com muitas pistas falsas e resoluções
imprevisíveis e instigantes. Acredita-se que o gênero tenha a sua origem em
1841 a partir da publicação de “Os Assassinatos da Rua Morgue” por Edgar Allan
Poe.
No conto,
encontramos Auguste Dupin, primeiro detetive famoso da ficção. Portador de
habilidades cognitivas extraordinárias, ele serviu como uma base para que
Arthur Conan Doyle concebesse o emérito Sherlock Holmes. Inspirada em ambos,
Agatha Christie concebeu Hercule Poirot, o protagonista da obra aqui resenhada.
Enquanto
investigava os testemunhos do crime, o vimos procurar todas as pistas para a sua resolução. Diferente de muitos autores contemporâneos, Agatha Christie
tinha um repertório de inspirações dentro do gênero bastante inferior.
Parágrafos atrás, mencionei o fato de a segunda parte de “Assassinato no
Expresso do Oriente” ser marcada por uma grande pesquisa empreendida por
Poirot.
E o fato da
autora ter uma quantidade menor de escritores nos quais se espelhar contribuiu
para o tédio dessa parte. Posteriormente explicarei por que, apesar disso, essa
história possui grande importância e o porquê de um leitor de romances
policiais contemporâneos não sofrer grandes prejuízos ao não ler os clássicos
do gênero.
Mas a
autora não lançou mão de recursos que tornassem essa pesquisa em algo interessante
de ser lido pelo leitor contemporâneo. Assim mesmo, essa foi uma parte bem
importante da obra. Que romance policial seria interessante de ser lido sem a
presença de pistas falsas para a resolução de um crime?
Que romance
policial seria interessante de ser lido sem o empreendimento de tentativas
falhas de resolver um crime por parte de seu detetive? Não conheço nem um que
tenha esse feito, mas me encontro aberto a indicações.
Também foi
nessa segunda parte que a autora conseguiu abstrair a minha curiosidade em relação
à resolução do crime. Ela também desempenhou um papel importantíssimo para que
o caso se tornasse um enigma tão grande a ser desvendado.
A obra foi
concebida em pleno Entreguerras, se lembram? E assim mesmo nessa segunda parte
Agatha Christie comentou bastante sobre vários países da Europa e do mundo. De
sua parte, não pudemos enxergar xenofobia mesmo em um cenário no qual diversas
teorias a endossavam. O que explica isso?
Com o
avançar dos capítulos, as pesquisas de Poirot com relação aos testemunhos e ao
passado desses e da vítima deixaram de transmitir tédio. E por isso o tédio
inicial não influenciará a nota que atribuirei ao livro. E foi incrível o
quanto aquelas pesquisas foram tornando o caso em algo cada vez mais
interessante de ser lido.
Apesar
dessa parte não trazer nada de muito conclusivo, nela pudemos ver uma pequena
amostra das habilidades dedutivas de Hercule Poirot. Protagonista de muitas
obras de Agatha Christie, a sua construção também teve como inspiração um belga
hospedado no hotel de Torquay.
O
personagem possui 1,60m e a forma como ele foi apresentado em “Assassinato no
Expresso do Oriente” em muito lembra o homem que a autora conheceu e inspirou a sua criação. Conforme eu disse mais próximo ao início desta resenha,
a linguagem de Agatha Christie é bem concisa na obra e que isso impôs alguns
obstáculos à construção de imagens em minha mente, e talvez também na de vocês.
A concisão
da sua escrita também impediu que Poirot fosse provido de um carisma ao nível
de Sherlock Homes ou ao de Auguste Lupin, personagens que também inspiraram a
sua criação. Arthur Conan Doyle e Edgar Allan Poe, embora não tenham produzido
enigmas tão difíceis de serem decifrados quanto o que Agatha Christie
apresentou na obra aqui resenhada, conseguiram construir detetives bem mais
carismáticos e psicologicamente complexos por meio de um maior detalhamento de
suas descrições.
Além de realizarem uma
descrição mais pormenorizada, os referidos autores também construíam reflexões
a respeito das investigações a serem realizadas, outro recurso que contribuía
para o afeiçoamento do leitor em relação aos personagens. Além de impedir a
construção de personagens carismáticos e psicologicamente complexos, a concisão
da narrativa de Agatha Christie também impossibilitou a formação de um elo de
empatia entre o leitor e os seus personagens.
Surgida no
final do século XIX, e inspirada nas ideias de Charles Darwin, a eugenia foi um
pensamento que teve como principal mentor Francis Galton, um primo do biólogo.
Essa teoria chegou a inspirar o Nazismo na Alemanha.
Fruto da
expansão da hegemonia do Cristianismo na Idade Média, o antissemitismo surgiu
naquele período sendo impulsionado por mitos em torno dos judeus e estimulando
uma perseguição a eles. Esse foi mais um pensamento que fundamentou o Nazismo e que de sua jurisdição participou.
Um ano
antes da publicação dessa obra, Hittler chegou ao poder na Alemanha e a
perseguição aos judeus tornou-se uma política de estado. À época, ele, aliado
ao racismo e à difusão do Nacionalismo na Europa, muito contribuiu para a
xenofobia no contexto da publicação da obra.
Ainda hoje,
o problema é bastante atual. Mesmo após o fim da Segunda Guerra Mundial e a
derrocada do Fascismo e do Nazismo, grupos de extrema direita permaneceram no
comando em vários países. Diversas ditaduras inspiradas naqueles governos
continuaram a ser instauradas em todo o mundo.
Na década
de 1970, a Europa tornou-se um grande centro atrativo de populações mais distantes.
No continente, havia diversos grupos religiosos, países em extrema situação de
miséria ou com o status de exportadores de drogas procurando moradia nas nações
desenvolvidas do continente.
Nelas,
havia um grande desejo de estabilização e nos imigrantes o de melhores
condições de vida. Em meio a isso, havia diversos movimentos neonazistas que
propagavam o extermínio de judeus, homossexuais, negros e estrangeiros.
No caso da
Inglaterra, o país também sofreu das consequências econômicas resultantes da
crise mundial que teve como epicentro os Estados Unidos após a quebra de sua
bolsa de valores. Houve ondas de desemprego, a falência de diversas empresas e
uma grande crise inflacionária. Nesse contexto, surgiram na década de 1930 diversas
contestações a respeito de os regimes democráticos possuírem a capacidade de
sanar as desigualdades sociais e impedir o morticínio resultante das guerras
mundiais.
Em meio a
isso, o Fascismo surge na Itália e se dissemina pela Europa. Em cada país,
conforme as suas peculiaridades. Na Inglaterra, a disseminação de ideais
fascistas em face daquele cenário socioeconômico levou à ascensão de partidos
de extrema direita.
No caso, o
British Union of Fascists, criado por Oswald Mosley. Naquele país, o Fascismo
jamais chegou ao poder. Foi o único da Europa em que isso ocorreu. Uma
curiosidade é que a fundação do partido ocorreu dois anos antes de Agatha
Christie publicar a obra aqui resenhada.
E não foi
possível a mim enxergar o menor teor de xenofobia ao longo da obra. Muito pelo
contrário. A autora buscou enxergar no estrangeiro uma espécie de outro, e toda
a investigação levou em consideração as diferenças culturais existentes entre
os circunstantes do crime.
Ao viajar
por toda a Europa, essa obra em muito contribuiu para a naturalização das diferenças
culturais existentes naquele continente, o qual é marcado por uma grande
diversidade étnica e racial. Por que mais isso engrandece a obra?
No contexto
de sua escrita e posterior publicação, o continente europeu passava por uma
fase de expulsão populacional devido a problemas como a superpopulação, a
carência de alimentos e o desemprego. Além dos países desenvolvidos da Europa,
a América também foi um importante destino migratório naquela época. A
xenofobia era um problema bastante visível e a forma como Agatha Christie expôs
o convívio entre povos de diferentes nacionalidades em muito contribuiu para
que ele fosse minorado.
Após a sua
extensa pesquisa, Poirot tem a oportunidade de avaliar melhor as pistas que
obteve na segunda parte deste livro. Eis por que ela foi tão importante, além
de despertar a minha curiosidade na história das pessoas que presenciaram o
crime e na relação que isso possuía em relação a sua ocorrência. Foi na
terceira parte que as pistas foram melhor organizadas para a resolução do caso.
É incrível o quanto nada nesse livro é trazido
sem algum propósito. Nem que seja apenas para operar como pistas falsas ou como
obstáculos à realização da investigação. Na terceira parte, todas as pistas são
meticulosamente analisadas.
Após a
análise, cada uma foi sendo descartada até a resolução do caso. Ao a conferirem
na própria obra, verão o quão surpreendente ela foi. Surpreendente por ser
improvável, tendo em vista o fato de tantas pistas falsas possuírem uma
probabilidade bem maior de estarem relacionadas ao crime.
Na primeira
parte da obra, os detalhes envolvidos nas circunstâncias do crime foram
fornecidas. Na segunda, a história das pessoas nele presentes. E é na terceira
parte que temos a oportunidade de analisar a influência que essas coisas
exerceram na resolução do caso.
Sim, cada
uma das partes mostrou uma importância única e insubstituível. A densidade de
pistas a serem investigadas é um traço bem marcante da obra. A sua inserção no
enredo não teria sido possível sem grandes habilidades com a escrita.
Elas
contribuíram para a imprevisibilidade do desfecho. Já mencionei nesta resenha o
fato de Agatha Christie não expor reflexões a respeito da resolução do caso e
nem prover os seus personagens de uma grande profundidade psicológica. Isso
impediu que eles me cativassem, mas esse recurso também muito contribuiu para
que a investigação se tornasse um grande quebra-cabeças e para a imprevisibilidade do desfecho.
Para que a
investigação seja melhor acompanhada, a simplicidade da linguagem da autora
requer anotações para ser melhor compreendida.
Adorei a
multiplicidade de ambientes que o enredo explorou. E ainda mais o fato disso
ser explorado durante a investigação. Investigação é o que marca o enredo do
começo ao fim. Nele, não há enrolação.
Apesar de
não adentrar a intimidade de Poirot, o intercruzamento entre os dramas dos
personagens durante a investigação foi um fator que a tornou tão incrível de
ser lida.
Será
difícil não lembrar desse livro toda vez que eu ler uma história investigativa
com milhões de pistas e, em seu interior, a maioria me conduzindo a deduções
errôneas. Esse foi o caso de Objetos Cortantes, aqui resenhada há poucos meses.
Contudo, o simplismo da forma como a autora lança essas pistas fez com que a
leitura de um romance policial contemporâneo não tivesse muito menos a oferecer
que as histórias que os inspiraram.
É bem
verdade que Agatha Christie é considerada a rainha do crime. E ela não obteve
esse título sem méritos o bastante. Contudo, muitos autores e autoras que a
sucederam tiveram a oportunidade de extrair as fórmulas dos seus livros e
aperfeiçoá-las. Ler essa obra pode ser bem útil para identificar a inspiração
que os escritores contemporâneos tem em relação a autora.
Além disso,
mesmo com a possibilidade que muitos tiveram de aperfeiçoar o seu trabalho, não
é qualquer um capaz de construir um enigma tão embaraçoso a ser desvendado. E, levando
em consideração o fato de Agatha Christie não conceber as suas obras tendo a
sua disposição um grande repertório de autores em quem se espelhar, não há como
não enaltecer a aqui resenhada.
“Assinato no Expresso do Oriente” é uma grande indicação para os devotos do gênero romance policial. O seu enredo é um grande enigma que tematiza as dificuldades do ofício de um detetive. Uma inovação trazida pela história está no fato de que o culpado não tenha lançado mão de muitas tentativas para dificultar o seu trabalho. Após concluir a sua leitura, fiquei com um grande desejo de desbravar o restante dos livros escritos por Agatha Christie, que não são poucos.
Autor da resenha: Felipe Germano Monteiro Leite
Assassinato
no Expresso do Oriente (1934) | Ficha técnica:
Autor(a):
Agatha Christie
Título
original: Murder on the Orient Express
Páginas:
200
Nota:
8,5/10
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