[Resenha] A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes - Suzanne Collins

 



Sinopse: É a manhã do dia da colheita que iniciará a décima edição dos Jogos Vorazes. Na Capital, o jovem de dezoito anos Coriolanus Snow se prepara para sua oportunidade de glória como um mentor dos Jogos. A outrora importante casa Snow passa por tempos difíceis e o destino dela depende da pequena chance de Coriolanus ser capaz de encantar, enganar e manipular seus colegas estudantes para conseguir mentorar o tributo vencedor. A sorte não está a favor dele. A ele foi dada a tarefa humilhante de mentorar a garota tributo do Distrito 12, o pior dos piores. Os destinos dos dois estão agora interligados – toda escolha que Coriolanus fizer pode significar sucesso ou fracasso, triunfo ou ruína. Na arena, a batalha será mortal. Fora da arena, Coriolanus começa a se apegar a já condenada garota tributo... e deverá pesar a necessidade de seguir as regras e o desejo de sobreviver custe o que custar.

Opinião: "A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes"

Em setembro de 2008, Suzanne Collins lança “Jogos Vorazes”, primeiro livro de sua trilogia distópica. Nos dois anos subsequentes, a autora lança “Em Chamas” e “A Esperança”, livros que a finalizam. Com a trilogia, Suzanne Collins obteve um sucesso comercial titânico e, em 2012, o primeiro livro da série ganha uma adaptação cinematográfica.

 Desde o seu lançamento, “Jogos Vorazes” conquistou milhões de fãs em todo o mundo. Para muitos jovens, representou um dos primeiros grandes estímulos para a sua introdução na Literatura, muitos dos quais procuraram conhecer, após a leitura dos livros de Suzanne Collins, distopias clássicas como “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, “1984”, de George Orwell, e “Laranja Mecânica”, de Anthony Burgress. Mais do que constituir um convite para que jovens conheçam clássicos da Literatura, “Jogos Vorazes” marcou a infância e a adolescência de milhões de jovens da década passada, e continua a marcar nesta.

Dez anos após o lançamento de “A Esperança”, o último livro de sua trilogia, Suzanne Collins lança “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, cuja história é ambientada no mesmo universo que ambienta a de “Jogos Vorazes”. Devido à magnitude do sucesso da trilogia da autora, é inevitável erguer grandes expectativas para qualquer livro que sucedesse o seu lançamento. Suzanne, por meio de sua nova obra, conseguiria atende-las?

Décadas antes da edição dos jogos vorazes de que Katniss Everdeen, protagonista da trilogia de Suzanne Collins, participou, encontramos a família Snow em uma profunda decadência que se sucedeu à destruição do distrito 13. Coriolanus Snow, que futuramente se tornaria presidente de Panem, posto em que se achava em “Jogos Vorazes”, desejava reerguer o nome da sua família e obter recursos financeiros para estudar em uma instituição da Capital. Para atingir esses objetivos, Coriolanus se torna mentor dos jogos vorazes e recebe como tributo uma garota do distrito 12, Lucy Gray Baird. Assim desenrola o enredo de “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”.

O questionamento que levantei no penúltimo parágrafo é difícil de ser respondido. Em primeiro lugar, para que avaliemos a qualidade de uma história é preciso que a elevação de nossas expectativas não comprometa o nosso estado de racionalidade. Em segundo, é preciso realizar uma leitura atenta mesmo nas partes em que a história pareça tediosa para não cometer injustiças ao afirmar que ela é ruim. Por fim, é preciso verificar se as nossas opiniões foram enunciadas com o cuidado crítico mínimo. 

Em “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, a escrita impregnada de tensão no ar de Suzanne Collins  permanece. Eu, particularmente, adoro esse aspecto da escrita dela na trilogia. Contudo, no livro mais recente, Suzanne Collins fornece respostas para algumas questões que “Jogos Vorazes” não trabalhou de forma detalhada. Dentre eles, pelo menos para mim, foi o seguinte: como Snow se tornou o ditador representado na saga?

Em “Jogos Vorazes”, a história era narrada em primeira pessoa. Katniss, no caso, era a narradora. Isso permitiu à autora fazer com que a história despertasse empatia no leitor, o qual passa a torcer por Katniss e a submergir completamente no enredo, desejando saber o que irá acontecer em cada cena até chegar ao desfecho do livro. Isso, a meu ver, é uma virtude dos livros. Porém, quando as adaptações cinematográficas vieram à luz, muitos as julgaram como superiores aos livros por ilustrarem a história sob o olhar de personagens que estavam fora da arena em que ocorriam os jogos vorazes.

Eu não concordo inteiramente com essas pessoas, mas ampliar o campo de visão da narrativa para além da perspectiva de seu protagonista é um dos beneméritos das adaptações cinematográficas. Em “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, Suzanne Collins escreve a história em terceira pessoa, o que permite ao leitor acompanhá-la em uma perspectiva que transcende o campo de visão de seu protagonista, Coriolanus Snow.

Em “Jogos Vorazes”, o foco narrativo dos dois primeiros livros repousava sobre os participantes dos jogos vorazes. Em “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, ele se localiza nas pessoas que os acompanham. A narrativa, portanto, oferece uma perspectiva inédita ao leitor quanto à leitura dos acontecimentos principais do livro. 

Isso tem aspectos positivos e negativos. Começarei pelos negativos.

Conforme disse anteriormente, ao escrever a história em primeira pessoa, Suzanne Collins desperta a empatia do leitor quanto à protagonista, fazendo com que ele anseie pela sua vitória nos jogos e deseje concluir a leitura do livro o quanto antes. Em “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, a narrativa em terceira pessoa feita sob a perspectiva de espectadores dos jogos vorazes não acende no leitor a mesma empatia pelos tributos que a trilogia despertava.

Além disso, enquanto em “Jogos Vorazes” Suzanne soube usar recursos a sua disposição para manter o leitor interessado na história e em seu desfecho, em “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” isso não ocorre da mesma forma. Isso explica por que tantas pessoas tomaram o novo livro da autora como tedioso.

O principal aspecto positivo é que podemos enxergar o enredo sob uma visão que transcende o clichê conflito entre o bem e o mal que diversas histórias na Literatura ilustram. Muitos chegaram a criticar Suzanne Collins por ter escrito “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” sob a perspectiva de uma pessoa que futuramente se tornaria ditadora, a qual não deveria ser digna de compaixão, mas das mais severas críticas por suas condutas ignominiosas.

Todavia, ninguém se ilude que Suzanne Collins tenha ilustrado Coriolanus Snow como uma vítima. Ao contrário. Por meio de “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, ela fornece ao leitor indícios a respeito da formação da personalidade de Snow, mostrando que até no mais sanguinário ditador há um lado humano a ser percebido. Além disso, em momento algum da narrativa Suzanne deu a entender que as atitudes futuramente cometidas por Snow eram desculpáveis. Ela apenas forneceu explicações a respeito de como alguém vindo de uma família em decadência futuramente conseguiu se tornar presidente de Panem. 

Assim como em “Jogos Vorazes”, em “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” Suzanne Collins trabalhou diversos temas de relevância social, alguns deles já sendo abordados na trilogia.

A sociedade do universo construído por Suzanne Collins em muitos aspectos se assemelha com Roma antiga, na qual Césares mantinham a população entretida com o espetáculo sangrento do Coliseu enquanto ele ocorre tencionando um amansamento político. Essa prática na Roma antiga ficou conhecida como a política do “Pão e Circo”, cuja origem semântica em latim inspirou a criação do nome do país no qual se passa a história, “Panem”.

Em “Jogos Vorazes”, o massacre entre os tributos tinha o seu papel no entretenimento muito bem definido. Em “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, isso ainda não existe. A história se passa em meio à décima edição dos jogos vorazes, ao passo que na trilogia ela ocorre nas as edições 74 e 75.

Em “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, ocorre o surgimento da visão de que os jogos vorazes não prosperarão sem espectadores. Os jogos vorazes da época em que a narrativa se passa nem de longe possuíam o mesmo refinamento das edições de que Katniss participou. Vemos a Capital preocupada em aprimorar os jogos. O papel de amansamento político dos jovens no período em que ocorreu a história contada em “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” ainda não estava tão bem firmado, e vemos o seu firmamento ao longo do enredo.

Na trilogia “Jogos Vorazes”, notamos as desigualdades entre os distritos. Em “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, vemos a problematização de um dos principais fatores que estão associados ao surgimento e à perpetuação dessas desigualdades: a forma desigual como os distritos são tributados.

Enquanto todos os distritos de Panem estão sujeitos a elevadas tributações, habitantes da Capital não precisam fornecer um único centavo como imposto. No nosso país, assim como em vários outros do planeta, há inúmeras queixas a respeito de injustiças quanto a distribuição da nossa carga tributária.

Em “O Capital no século XXI”, o economista francês Thomas Piketty foi além: explicou como desigualdades na tributação estão associadas ao surgimento e ao agravamento das desigualdades sociais em quase todo o planeta e como a ausência da tributação de grandes fortunas muito contribuiu para que essa realidade se perpetue e até se acentue. Em sua obra mais recente, o economista chegou a propor a criação de um imposto a grandes fortunas destinado ao financiamento da educação.

No que depender da maioria de nossos políticos, essa medida nunca será adotada. Embora simpática à medida, a ex-presidente Dilma Rousseff, em meio à estrutura arcaica da política brasileira, só veio adotar medidas afinadas com as ideias de Piketty pouco antes de ser afastada pelo golpe sofrido em 2016. Em meio a uma crise econômica desencadeada, em parte, por medidas inadequadas de condução econômica adotadas em seu primeiro mandato, Dilma buscou, por meio de um ajuste fiscal, elevar a tributação incidente sobre os bancos, ampliando a sua participação no fornecimento de recursos à receita do governo em lugar de aumentar a tributação que recai sobre a classe média e a população de baixo poder aquisitivo, as quais, na História brasileira, representam os setores mais atingidos por políticas econômicas afinadas com os interesses das elites que têm pouca preocupação com a justiça social.

Não foi essa a realidade do nosso país durante a maior parte da História. Além da tributação ser elevada, boa parte da receita obtida pelos governos provém de impostos sobre bens de consumo, afetando os setores menos abastados da sociedade em benefício das elites. As injustiças do nosso sistema tributário tendem a se perpetuar com a presença massiva de representantes das elites no poder Legislativo.

E grandes fortunas não são os únicos bens protegidos pela estrutura conservadora de nossa política. Aqui, a concentração fundiária é um problema com ligação inextricável às desigualdades econômicas entre as pessoas. Políticos que durante a República tentaram modificar essa estrutura no país não obtiveram sucesso e tiveram fins trágicos.

Esse foi o caso de João Goulart, afastado da presidência da República após o golpe que permitiu a instituição da Ditadura Militar no Brasil. O cientista político André Singer aponta como um dos fatores para a destituição de João Goulart do poder a sua afinidade com medidas voltadas ao combate à concentração fundiária no Brasil. De maneira similar, Dilma Rousseff foi afastada da presidência da República pouco tempo após a proposição de um ajuste fiscal que intentava resolver a crise econômica e atingia mais as elites e menos os setores populares. 

Outra discussão levantada por “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” que atraiu a minha atenção foi a da romantização da guerra. Em uma parte do livro, ocorre a declaração de que a guerra seja uma infelicidade, mas que ela não é desprovida de charme.

Na Literatura, vemos evidências materiais dessa declaração. Em “Ilíada”, obra dedicada ao relato da guerra de Tróia, o conflito bélico representa mais do que um pano de fundo para a história. É nele em que conflitos entre os personagens são apresentados de forma a exaltar os seus heróis. Na época do Renascimento, diversas produções épicas de temática guerreira vieram à luz, a exemplo de “Jerusalém libertada”, de Torquato Tasso. Nos dias que correm, mesmo após mais de 80 anos do início da Segunda Guerra Mundial, os conflitos ocorridos durante o período em que ela foi encetada ainda inspiram a ficção.

“A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” aborda diversos temas, alguns dos quais talvez até requeiram um aprofundamento de estudos. Contudo, a fim de não fornecer detalhes decisivos da história que tornem o empreendimento de sua leitura em algo sem sentido, não discutirei sobre os demais que chamaram a minha atenção.

Contudo, é importante ressaltar a importância que Suzanne Collins conquistou a partir da publicação de todos os seus livros ambientados no universo da trilogia “Jogos Vorazes”. Para tanto, é preciso realizar uma análise da História das narrativas distópicas. 

O gênero se consolidou durante a segunda metade do século XX, sintetizando o espírito de uma época de pragmatismo do homem em um período no qual houve um aumento das descobertas científicas e uma diminuição de certezas clérico-políticas. Após a desgraça nascida após as duas primeiras grandes guerras mundiais se generalizar, ocorre a destruição física e moral dos países em conflito e o surgimento de um ceticismo em relação ao poder redentor da ciência após o desenvolvimento da energia nuclear, o qual levou a novas proporções o quadro de destruição no pós-guerra na política (com  o alvorecer de ideologias totalitaristas como o Fascismo) e na religião, trazendo a percepção de que a ciência pouco poderia fazer para evitar lutas armadas que punham em risco a paz no mundo.

Nesse contexto, ocorre o surgimento de um terreno propício ao advento de narrativas distópicas. As distopias se caracterizavam por narrativas ficcionais que problematizavam diversos aspectos de uma sociedade vigilante e opressora, espelhando-se na realidade e na situação em que estava imerso o mundo após as guerras mundiais.

Desde o seu surgimento, as distopias de maior sucesso tiveram, em sua maioria, um público-alvo adulto. Não havia grande preocupação dos autores em escrever distopias voltadas para o público infanto-juvenil e jovem adulto. Esse cenário foi modificado no Ocidente após o lançamento da trilogia “Jogos Vorazes” por Suzanne Collins.

Hoje, temos a nossa disposição uma grande sorte de narrativas distópicas voltadas ao público infanto-juvenil e jovem adulto, como é o caso da série “Divergente”, “A Seleção” e “Maze Runner”. Se procurarmos melhormente, encontraremos muitas outras. Na transição da adolescência para a fase adulta, li diversas distopias infanto-juvenis influenciadas pela trilogia de Suzanne Collins, como é o caso de “Feios” e de “Delírio”. Também cheguei a ler “Battle Royale”, obra lançada antes de “Jogos Vorazes” e com a qual compartilha grandes semelhanças.

Desde o seu surgimento, as distopias de maior sucesso tiveram, em sua maioria, um público-alvo adulto. Não havia grande preocupação dos autores em escrever distopias voltadas para o público infanto-juvenil e jovem adulto. Devido à influência de Suzanne Collins, a situação foi modificada.

Mais do que estimular a criação de novos materiais dentro do gênero, Suzanne Collins também despertou no leitor o desejo de conhecer as distopias clássicas. Esse foi o meu caso. Não muito tempo após a leitura de “Jogos Vorazes” e de outras distopias infanto-juvenis, li “1984” de George Orwell, “Laranja Mecânica” de Anthony Burgress e “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley.

Alguns detalhes sobre “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” podem ser importantes para os pretendentes a sua leitura. Mas não se preocupem: não fornecerei informações que comprometam a qualidade da leitura.

No novo livro de Suzanne Collins, os jogos vorazes não possuíam a mesma sofisticação das edições narradas na trilogia. Ao contrário, os tributos não recebiam o tratamento repleto de regalias que lhes era dispensado nas edições de que Katniss Everdeen e Peeta Melark participaram. Era habitual, por exemplo, que muitos tributos morressem antes mesmo de chegarem a arena para se digladiarem até restar um único sobrevivente.

Em “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, conforme já cheguei a mencionar, ocorre a tomada de medidas por parte dos idealizadores dos jogos vorazes visando torna-los atrativos aos espectadores. Também há discussões a respeito da necessidade da existência dos jogos.

Diferente do que muitos pensam e até afirmam, Suzanne não ilustra Coriolanus Snow como vítima neste livro. Ela apenas aborda a sua dimensão humana e fornece pistas a respeito do processo de formação de sua personalidade e de como ele conseguiu retirar a sua família da decadência em que fora lançada após a destruição do distrito 13. Coriolanus é individualista: embora torcesse pela vitória de Lucy Gray Baird, as suas principais pretensões em se tornar mentor de um tributo eram conseguir recursos financeiros para custear os seus estudos na Capital e reerguer o nome de sua família.

Quem espera encontrar em Lucy Gray Baird os mesmos talentos para a batalha de Katniss Everdeen ou a sua personalidade forte, marcante e corajosa certamente terá decepções. Tributos do distrito doze não eram promissores na época de Snow. Lucy apresentava um corpo magro, apropriado para a dança, mas desvantajoso para a batalha, embora lhe permitisse correr bem.

Contudo, muito se ilude quem pensa que a personagem é desprovida de carisma. Lucy Gray canta e é bem polêmica, desempenhando um importante papel na construção de um marketing em seu favor nos jogos vorazes. Tigris, personagem mencionada na trilogia, aparece no novo livro de Suzanne Collins e é prima de Snow. Após Coriolanus se tornar o mentor de Lucy Gray, Tigris comenta que a notícia foi muito bem recebida na Capital, e que a garota tinha ar de estrela.

Todavia, devido ao fato de a narrativa priorizar a perspectiva de Coriolanus, pouca atenção é dada por parte da autora na construção de Lucy Gray Baird, o que tem o efeito de torna-la bem menos complexa que Katniss Everdeen e Peeta Melark.

Além de não serem tão bem construídos quanto os da trilogia, os jogos vorazes de “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” não conseguem promover no leitor a mesma sensação de empatia pelos personagens que “Jogos Vorazes” despertava e nem criar a mesma atmosfera dramática que Suzanne Collins criou nos primeiros livros da série.

Em todo caso, “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” não deixa de ser um bom livro. Ele possui cenas muito bem construídas e capazes de entreter o leitor. Há, também, um aprofundamento de reflexões a respeito da sociedade em que vivemos, algo muito importante na Literatura.

Quem empreender a leitura de “A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” com a expectativa de encontrar uma narrativa tão envolvente quanto a da trilogia “Jogos Vorazes” poderá responder com um não o questionamento que levantei nos primeiros parágrafos da resenha. Contudo, quem ler a nova obra de Collins com expectativas neutras não se frustrará. O livro resenhado demonstra a importância do papel reflexivo de em uma narrativa, o qual compensa o fato dela ser menos atrativa. Indico o novo livro de Suzanne Collins a todas as pessoas que têm apreço por "Jogos Vorazes", mas advirto que é importante tentar reduzir as expectativas quanto a ele antes de lê-lo.


                                                                                                        Autor da resenha crítica: Felipe Germano Monteiro Leite 

Ficha técnica: 

Título original: The Ballad Of Songbirds And Snakes

Autora: Suzanne Collins

Número de páginas: 576

Ano de publicação: 2020

Nota: 8/10




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